quinta-feira, 22 de maio de 2014

Brigadas Populares sobre a solidariedade à Coreia Popular



Recentemente, a página de solidariedade à Coreia Popular realizou uma entrevista com o professor João Cláudio, dirigente das Brigadas Populares, onde ele comenta sobre a solidariedade de sua organização à Coreia socialista, bem como as identidades ideológicas desta com a Ideia Juche, ideologia diretriz do Partido do Trabalho da Coreia e da Revolução Coreana.

1) João, as Brigadas Populares são uma organização que vêm dando forte apoio à luta da povo coreano pela construção do socialismo. O que leva tal organização a apoiar o processo revolucionário da Coreia Popular.

Acreditamos que a Coréia socialista é um exemplo de luta, primeiro passou por uma guerra de libertação nacional e depois construiu o socialismo nos seus moldes. Mesmo depois do desaparecimento da URSS, a RPDC continua a existir com dignidade. Isso mostra que produz um processo revolucionário coerente, por isso deve ser apoiada.

2) Na opinião das Brigadas, qual a melhor forma de apoiar a luta dos coreanos daqui do Brasil?

Divulgando a realidade da Coréia popular, combatendo as mentiras da imprensa golpista e mostrando ao mundo que a mesma não está só.

3) Você acha que esse exercício de solidariedade internacional pode impulsionar a luta de classes no próprio Brasil? Explicando de forma mais clara: A luta do povo coreano pode ensinar algo ao povo brasileiro?

Claro, se conseguirmos traduzir a história de luta do povo coreano socialista para a nossa gente, com certeza servirá de exemplo a ser seguido. O povo brasileiro precisa conhecer a experiência de lutas e conquistas que a Coréia popular trilhou, isso tem um poder mobilizador e com certeza o nosso povo se identificará.

4) Os grandes meios de comunicação insistem cada vez mais em sua cruzada de mentiras contra a República Popular e Democrática da Coreia (RPDC). Como as Brigadas Populares têm atuado nessa batalha em prol da verdade?

Primeiro, aprovamos em nosso congresso nacional o apoio total a Coréia socialista, e depois definimos na brigada de solidariedade internacional participar ativamente na defesa da Coréia socialista e tratar como tarefa prioritária divulgar a luta do povo coreano socialista. Mostrar que para além dos clichês reacionários a história da Coréia socialista é de suma importância para o proletariado do mundo todo. 

5) É interessante (e triste) notar que o tema "Coreia" não é um assunto em que haja consenso nem entre a própria esquerda, pois muitos setores autoproclamados populares acabam repetindo esses clichês midiáticos pró-imperialistas. Como as Brigadas Populares, por defenderem a RPDC, lidam com tal situação?

As brigadas populares são uma organização de nova monta, não tem nada haver com a esquerda pequeno-burguesa trotskista, nem tão pouco compactuamos com o revisionismo.

Vemos muita semelhança no paradigma socialista coreano com o nacionalismo revolucionário que norteia a nossa organização. A esquerda institucional brasileira presta o desserviço ao movimento comunista internacional e não consegue produzir um programa libertário para nosso país. Por isso não temos nenhum problemas em estarmos ao lado da RPDC contra esses pelegos. Eles não conseguem reconhecer a luta de figuras como Brizola, Darcy Ribeiro e Prestes, que dirá ter alcance para compreender a realidade coreana. O eleitoralismo em que estão imersos não permite que avancem.

6) Como você e as Brigadas vislumbram o exercício dessa solidariedade internacional nesse 2014 que temos pela frente? 

A ideia é fazer o máximo de atividades de solidariedade não só pela RPDC, mas também por Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, Palestina, pelos revolucionários da Colômbia e por todos que estão em luta contra o imperialismo. Essa solidariedade deve ser militante e não de gabinete. Faremos o máximo de atividades de rua e de conscientização. 

7) Um dos pontos em que sua organização dá mais ênfase é a questão do anti-imperialismo. Dê um panorama geral dos demais elementos dessa luta e como o processo coreano se insere nesse quadro mais amplo.

A RPDC tem combatido o imperialismo a mais de 50, pois foi o mesmo que levou os estadunidenses a invadirem seu território. Nesse contexto, as brigadas populares têm o dever de divulgar o papel exemplar do povo coreano socialista, que de arma em punho expulsou os invasores de suas terras. Compreendemos que o nacionalismo revolucionário necessariamente travará duras lutas na América latina para construir o socialismo em nosso continente e o caráter dessa luta começa no anti-imperialismo. Contudo, não diferenciamos a luta anti-imperialista da busca pelo socialismo. A Ideia Juche nada mais é do que a adaptação coreana do marxismo-leninismo, ou seja, o nacionalismo revolucionário da Coreia popular.

8) Bom, para terminar, fale um pouco mais sobre as Brigadas Populares para os leitores do Blog de Solidariedade à Coreia Popular, para que todos possam conhecer melhor a organização revolucionária que vem prestando inestimável apoio ao povo coreano.

As brigadas populares são uma organização de nova monta, popular e de massa que tem como princípio a luta intransigente pelo socialismo. Acreditamos que o caminho brasileiro para tanto é o nacionalismo revolucionário. O mesmo congrega todas as experiências de luta de nosso povo e procura sintetizar a busca pelo socialismo a partir das particularidades que o Brasil tem, sem importar modelos ou se subordinar a dogmas.  As Brigadas Populares procura atuar junto ao povo brasileiro em suas demandas. As Brigadas Populares conclamam todos os brasileiros e brasileiras a cerram fileiras na luta por um Brasil socialista e revolucionário.