quinta-feira, 23 de maio de 2013

A justiça triunfa


A Península Coreana, uma das regiões do mundo onde mais ocorrem tensões de guerra, foi posta à beira de uma guerra nuclear. São os USA, com sua deplorável intimidação com armas nucleares contra a República Popular Democrática da Coreia, quem empurrou a Península Coreana à beira de uma guerra nuclear.

Em dezembro do ano passado, a Coreia lançou o segundo satélite artificial Kwangmyongsong-3, algo que foi muito justo, aproveitando o direito internacional sobre o uso pacífico do espaço. Uma instituição hostil dos USA, país hostil, reconheceu oficialmente o êxito da Coreia no lançamento do satélite.

Porém, os USA, qualificando persistentemente o lançamento do satélite coreano como um “lançamento de mísseis balísticos”, como um “grave atentando contra a paz a segurança do mundo”, instigou o Conselho de Segurança da ONU a fabricar uma “resolução sobre sanções”. O intolerável é que é a Coreia o único país do mundo que é objeto de “sanções” por haver lançado um satélite.

A RPD da Coreia nunca baixou sua cabeça aos USA e seus aliados por se atreverem a ilegalizar o legítimo direito de um Estado soberano de lançar seus satélites artificiais, e realizou seu terceiro teste nuclear subterrâneo, que foi um justo ato para defender sua soberania nacional das hostilidades, das ameaças nucleares abertas feitas pelos USA (que duram há décadas), e para preservar a paz na Península Coreana.

Apesar disso, os USA, instigando outra vez o Conselho de Segurança da ONU, fabricou outra “resolução sobre sanções”, com o intuito de sabotar todas as atividades exteriores da Coreia, de não lhe permitir nenhuma transação financeira. O pretexto que usam os USA para aplicarem as “sanções” foi que “a Coreia do Norte atentou contra o tratado de não-proliferação de armas nucleares, contra a paz e a segurança mundial”. Isso, porém, carece de lógica. Um comentarista estadunidense mostrou que as armas nucleares de Israel e outros países, ainda que contradigam abertamente o “Tratado de Não-Proliferação de Armas Nuclares”, não foram submetidas a questionamento por parte dos USA e que, “somente a Coreia está submetida às sanções.”

Com efeito, não há país no mundo como a Coreia, que se vê ameaçada por armas nucleares há tanto tempo e de maneira mais cruel. Pois bem, de onde vem a intimidação com armas nuclares?

Um especialista inglês em assuntos internacionais, em sua obra intitulada “A política patife dos USA e a falácia do problema coreano pela imprensa ocidental”, deixou claro que a intimidação com armas nucleares pela Coreia vem de somente um lugar: os USA. “Porém – continuou ele – os governos ocidentais, assim como a imprensa controlada pelos mesmos, tergiversam sobre a verdade. Todas as notícias e informações que transmitem se concentram em mostrar a República Popular Democrática da Coreia como ‘provocadora’ e responsável por originar as ‘ameaças com armas nucleares’, e os USA como um ‘país justiceiro’ que propaga a paz.”

Vencido pela coação e pela arbitrariedade deste “país justiceiro”, o Conselho de Segurança da ONU, supostamente responsável pela “paz e segurança mundiais”, perdeu totalmente o bom-senso e se mostrou submisso ao tal “país justiceiro”, criando condições objetivas para que estalasse uma nova guerra na Península Coreana. Não é em virtude do tamanho do território e da superioridade da força militar norte-americana que a injustiça se converte em justiça. Não é pelo fato de as resoluções do CS da ONU serem feitas por grandes potências que elas se tornam justas. Quanto à resolução do Conselho de Segurança da ONU, caso a igualdade seja perdida, não só são feitas injustiças como crimes internacionais são cometidos.

A aplicação das “sanções” contra a Coreia, sob pretexto do lançamento do satélite com fins pacíficos e do teste nuclear com fins de autodefesa é, como se vê, a violação flagrante do direito à independência de um país soberano, uma violação de sua dignidade e um ataque contra os direitos internacionais. As contramedidas da RPD da Coreia são plenamente justas, e merecem elogios de todo o mundo.

Como todos sabem, os USA definiram a região Ásia-Pacífico como o centro estratégico de sua dominação do mundo, e agora põe a Coreia em sua mira. Os USA agravaram de maneira intencional as tensões na Península Coreana, introduzindo na Coreia do sul grandes quantidades de forças armadas, e fazendo sucessivos exercícios militares conjuntos como “Key Resolve”, “Foal Eagle” e outros similares. Mobilizaram submarinos, porta-aviões, bombardeiros e revelou abertamente sua intenção de atacar a Coreia com armas nucleares. Trata-se de algo perigosíssimo, que pôs a Península Coreana à beira de uma guerra nuclear. Contudo, os USA não puderam alcançar seu objetivo.

Um ditado dizia que uma nação que aprecia a justiça e luta por defendê-la será sempre próspera.
Assim é o povo coreano, que em nenhuma vez abriu mão da justiça e nunca se rendeu à injustiça. Para defender a justiça, ao contrário, sempre fortalecer seu poder de dissuasão militar. A capacidade de dissuasão nuclear da Coreia é um meio de defesa daquela que se levantou ante a hostilidade e a intimidação das armas nucleares dos USA, assim como um grande meio para defender a soberania nacional e preservar a paz.

Não é casual que um especialista inglês em assuntos internacionais tenha dito que os USA praticam uma política de país agressor, e que sejam os que mais atentam contra a paz mundial. Disse ele: “As armas nucleares da Coreia são os únicos meios para impedir os USA de agredir outros países. A Coreia e suas armas nucleares servem de garantia e meio para o enfrentamento contra os USA e para preservar a paz mundial”.

No atual momento, o Exército e o povo da Coreia se apoiam nesta poderosa capacidade dissuasiva nuclear para o enfrentamento contra os Estados Unidos. Possuem firme determinação e vontade de varrer os USA do mapa, origem de todos os males deste mundo.

Os coreanos declaram que, caso estoure outra guerra no país, demonstrarão que a injustiça é algo provisório e uma chama que se pode apagar. A justiça, porém é algo perpétuo e que queima ardentemente.

Todos os povos amantes da justiça e do progresso do mundo estão ao lado do povo coreano, que os USA e suas coações e arbitrariedades, contra seus lacaios e em defesa da justiça e da soberania.

A vitória pertence à justiça, ao povo coreano.

A justiça triunfará sem dúvidas.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Rechaçar a Ofensiva Reacionária Imperialista com a Ofensiva Revolucionária

Kim Jong Son - Rodong Sinmun

É urgente rechaçar a ofensiva reacionária dos imperialistas com a ofensiva revolucionária, à luz do desejo das massas populares pela independência e pelos requerimentos da situação atual da Revolução.

A ofensiva reacionária dos imperialistas vem sendo complementada por ameaças militares, perturbações econômicas, criação de ilusões sobre o capitalismo e infiltrações ideológicas burguesas.

Os países que retrocederam, falhando em rechaçar a ofensiva reacionária dos imperialistas, estão sofrendo de enorme caos político, sérias contradições sociais, disputas e instabilidades. Os imperialistas tentam fazer destes países suas colônias.

A atual situação internacional mostra que o fracasso em rechaçar a ofensiva reacionária dos imperialistas trará resultados trágicos. Os povos progressistas do mundo devem estar a par da fraqueza dos imperialistas e frustrar a ofensiva reacionária dos mesmos com a ofensiva revolucionária.

É impossível para aqueles que são fracos em poderio militar vencer os imperialistas que vivem de agressões, guerras, dominações e interferências. Somente aqueles fortes em capacidades auto-defensivas podem rechaçar quaisquer ataques pelos imperialistas.

A forças independentes anti-imperialistas podem certamente rechaçar a ofensiva reacionária se elas se levantarem de maneira una.

A vitória será sempre da justiça e da verdade.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Boletim nº 5 do Centro de Estudos da Ideia Juche

Embaixador Pak em 1988: atentado do KAL 858 foi obra dos próprios fantoches sul-coreanos


Há alguns dias atrás publicamos um texto escrito por Sérgio Cruz sobre a matéria da BBC que entrevista uma suposta espiã norte-coreana responsável pela explosão de um avião da Korean Airlines, em 1988. Retiramos o texto do ar para posta-lo novamente, junto com este novo texto escrito por Antonio Pimenta, que explica o contexto político sul-coreano da época, marcado pelo crescimento das manifestações contra a ditadura militar no país. Pimenta também traz à tona detalhes das investigações da explosão do avião, que tudo indica ter sido obra do próprio governo reacionário sul-coreano. É bom deixarmos claro para os leitores que o governo da República Popular Democrática da Coreia jamais reconheceu a autoria do atentado.

BBC mente sobre a Coreia Popular

Sérgio Cruz

Em artigo assinado por Rupert Wingfield-Hayes, a BBC afirma que a norte-coreana Kim Hyun-hui, de 51 anos teria cometido, quando tinha 19 anos, um atentado com uma bomba e derrubado um avião, matando 115 passageiros a mando de Kim Il Sun e Kim Jong Il. A suposta história é contada numa entrevista em que a "ex-agente" norte coreana estaria em algum lugar na Coréia do Sul, protegida contra o governo do Norte.
"Atualmente, ela vive reclusa em algum lugar na Coreia do Sul – e não pode dizer onde. No dia em que nos encontramos, Kim Hyun-hui estava, como sempre, acompanhada de um grupo de homens fortemente armados e com ternos desalinhados. Ela convive com o temor de que o governo da Coreia do Norte queira matá-la", diz o artigo. E o articulista prossegue: "Há boas razões para isso. Kim Hyun-hui é uma ex-agente do serviço secreto norte-coreano. Há 25 anos, seguindo ordens de Pyongyang, ela explodiu um avião de uma companhia sul-coreana, matando todos os 115 passageiros a bordo".

A história é uma invenção grosseira porque simplesmente a explosão e a queda do avião sul coreano citado não foi provada como atentado. Sem muito esforço fizemos um levantamento de todos os acidentes e quedas de aviões daquela época. Os acidentes com aeronaves da Korean Air na época foram: 19/11/80, Boeing 747, aeroporto de Seul, 14 mortos; 01/09/83, outro 747, 269 mortos, em Sakhalinsk (o tal voo 007); 27/07/89, DC 10, 75 mortos, em Trípoli, na Libia; 06/08/97, 747, 228 mortos em Guam. Houve ainda acidentes em vitimas em 10/08/94, com um airbus a-300, no aeroporto de Cheju, outro em 05/08/98, outro em 15/03/99. O fato das autoridades da Coréia do Sul terem transformado uma queda em um "atentado proposto pelo governo do norte" não convenceu nem o Conselho de Seguraça da ONU. O Conselho se reuniu por dois dias à época da acusação e não tomou nenhuma medida por falta de provas.

A historinha da agente secreta dá uma novelinha pro horário das cinco. O artigo publicado pela BBC não passa, portanto, de mais uma provocação contra a Coreia Popular e seus líderes.

Embaixador Pak em 1988: atentado do KAL 858 foi obra dos próprios fantoches sul-coreanos

Na recente onda de provocações contra a Coreia Popular, durante o ensaio de ataque nuclear dos EUA ao país como parte das manobras militares conjuntas com o sul, durante o qual a mídia histericamente acusava a RPDC de “ameaçar os EUA”, foi requentada pela BBC uma velha falsificação contra o país socialista, a da explosão do vôo da Korean Air Lines 858 em 1987, atentado que a ditadura sul-coreana de então usou para vencer por estreita margem eleições que a mobilização democrática arrancara, e esticando assim o regime autoritário por mais anos.

Antes do atentado, a situação da ditadura sul-coreana era muito difícil, com o povo nas ruas desde janeiro, após o assassinato de um estudante na tortura; pela primeira vez em décadas, eclodira o movimento grevista. O candidato da ditadura era um general ligado à repressão do movimento de Kwanju, Roh Tae Woo.

A suposta “agente do norte” que teria cometido o atentado foi levada para Seul na véspera da eleição, algemada e com uma máscara no rosto, e sob todos os holofotes. Foi essa senhora que a BBC desenterrou do seu refúgio. Investigações dos governos democráticos nos anos 2000 revelaram que se tratava da “Operação Rainbow”.

SEM CAIXA-PRETA

O vôo 858 – Bagdá-Abu Dhabi-Bangkok-Seul – desapareceu no dia 29 de novembro de 1987 e jamais sua caixa-preta foi encontrada, nem os corpos.

Dois dias depois, antes que qualquer fragmento de avião fosse achado, o governo de Seul anunciou que dois “agentes norte-coreanos” disfarçados de japoneses – um idoso e uma jovem -, que haviam embarcado em Bagdá e desembarcado em Abu Dhabi, teriam explodido o avião. Os dois foram identificados como “Shimichi Hachiya” e “Mayumi Hachiya”, sua filha. Teriam chegado a eles após examinar a lista dos que haviam saltado em Abu Dhabi e ter descoberto com as autoridades japonesas que o passaporte da jovem seria falso. O Japão acrescentaria depois que o do velho era verdadeiro, mas tinha “sido emprestado por dez dias” pelo dono.

Os dois foram presos no Bahrein - onde tinham passado três dias tirando fotos e fazendo turismo - após interferência do consulado sul-coreano. Após a detenção, o velho caiu morto, depois de fumar um cigarro com cianeto e, de acordo com Seul, a jovem também teria ingerido o veneno mas escapara. Para extraditar a jovem nessa situação – sem provas – o governo de Seul subornou com milhões de dólares as autoridades do Bahrein. Posteriormente ela seria apresentada como “Kim Hyon Hui”.

Desde o início das acusações, o governo de Pyongyang havia denunciado que a explosão do vôo KAL 858 era “um drama representado pelos próprios fantoches sul-coreanos a fim de influenciar a campanha presidencial que estava então ocorrendo”. Já Seul dizia que o atentado visava inviabilizar os Jogos Olímpicos de 1988, marcados para a capital sul-coreana.

O caso foi levado ao Conselho de Segurança da ONU, que discutiu a questão por dois dias e, ao contrário do que queriam Seul, os EUA e o Japão, não tomou qualquer resolução contra a Coreia Popular. Para esse resultado contribuíram não apenas a defesa contundente da Coreia Popular, como as próprias declarações do representante de Seul – que não emprestavam a mínima credibilidade.

Eis como o sul-coreano Choi Young-jin descreveu a “obtenção da confissão” de “Kim Hyon Hui”. Após oito dias de interrogatório na Coreia do Sul, haviam permitido a ela ver um filme sobre a vida no país na televisão e ela teria entendido então “que a vida nas ruas de Seul era inteiramente diferente do que ela tinha sido levada a acreditar. Ela começou a entender que o que tinha sido dito a ela enquanto vivia no Norte era totalmente inverídico.”

Então – a descrição é do sr. Choi – “ela se jogou nos braços de uma investigadora feminina” e confessou o atentado. Em coreano, ela disse “Perdoe-me. Sinto muito. Eu lhe direi tudo”, e acrescentou que tinha sido “explorada como instrumento para as atividades terroristas norte-coreanas”, e feito uma detalhada e voluntária confissão.
Não é de estranhar que tal peça de propaganda, sem vínculo com qualquer realidade, não tenha convencido o Conselho de Segurança. Havia, na acusação, outro detalhe ainda mais ridículo, o nome do suposto agente morto, o idoso, seria “Kim Sung Il”, uma evidente provocação contra o presidente da Coreia Popular, Kim Il Sung.

Com a “confissão” de “Kim Hyon Hui” como a principal peça de acusação, começaram os questionamentos. Verificou-se que a confissão escrita por “Kim” tinha mais de 100 erros em relação ao coreano escrito no norte. Como apontou o representante da Coreia Popular, ela usava palavras que só existem no coreano falado no sul depois da ocupação, como “Tibi” (TV), “sokjoe” (expiação) e “Yakjubyong” (garrafa de vinho de arroz).

Era dito que ela teria 26 anos, mas como o representante da Coreia Popular assinalou, se ela tivesse sido recrutada na idade que diziam e feito os cursos a ela atribuídos, de acordo com o ciclo escolar do Norte, teria de ter 28 anos. Não existia o suposto “pai” funcionário da embaixada em Angola. Também nas escolas e universidades da Coreia Popular não existia qualquer registro de nome Kim Hyon Hui.

FRAUDE

Outro aspecto foi que, na gravação da conferência de imprensa que deu, não havia qualquer variação de freqüência de voz durante toda a duração, nem mesmo quanto chorou, usando o mesmo tom monocórdio o tempo todo, e como se tivesse decorado numerosas vezes. Jornais japoneses começaram a dizer que “outra mulher substituiu a Mayumi” e que “Mayumi é uma fraude”.

Na sua intervenção no Conselho de Segurança da ONU, o embaixador da Coreia Popular questionou outros pontos, como o de que “uma bomba de explosivo C-4 em um rádio transitor Panasonic e uma garrafa com líquido explosivo” teriam sido postas no avião em Bagdá. O aeroporto de Bagdá vivia sob rigoroso controle de segurança, por causa da guerra Irã-Iraque, e seria o ponto menos indicado para embarcar um explosivo. Todos os vôos sul-coreanos tinham agentes de segurança a bordo e não haveria como num vôo de nove horas não ser detectado algo estranho.

TRATAMENTO DE CHOQUE

O representante do Norte afirmou que parcos destroços que foram exibidos pela Coreia do Sul eram uma fabricação, e que teriam sido jogados no mar para serem encontrados. Seul rapidamente encerrou as buscas sem achar a caixa-preta nem os corpos. Assim, jamais foi estabelecido o que realmente ocorreu no vôo 858. A ditadura sul-coreana também não se interessou por declarações da tribo Karen, da fronteira de Myammar, de que teria encontrado o corpo do avião e corpos de passageiros, e que se ofereciam para negociar os despojos.

O embaixador acusou, então, frontalmente, a ditadura sul-coreana de haver montado uma operação para culpar o Norte, dar um “tratamento de choque” na opinião pública do sul e virar as eleições. Segundo as investigações da Coreia Popular, o plano surgiu em agosto, e estava calcado em outro plano, delineado para provocar nova guerra ao longo da linha de armistício, após a derrubada pelos fantoches do avião que conduziria o ministro das Relações Exteriores ao Japão, o que seria atribuído ao Norte, que foi discutido no ano anterior entre os generais dos EUA e a ditadura, e acabou sendo abandonado.

Tomada a decisão, a ditadura foi em busca dos biombos para a operação, os “Hachyia”, que não sabiam de nada, e viviam de contrabando do Japão para o sul, e os atraíram. A bomba foi colocada por um agente da Agência de Planejamento de Segurança Nacional da Coreia do Sul, e em Abu Dhabi desembarcaram 11 funcionários do governo de Seul, nove tripulantes, esse agente e os dois. No avião, praticamente só ficaram trabalhadores sul-coreanos que voltavam do Oriente Médio e os tripulantes escalados para morrer. Agentes do sul acompanharam todos os movimentos dos “Hachyia” e, logo após o atentado, foram até o Regency Hotel, e os ameaçaram, fazendo com que deixassem o Hotel. A cigarreira do velho foi trocada por outra com cigarros com cianeto, que ele acabou fumando e morrendo, um detalhe importante para apresentá-lo como “agente do norte”.

Quando há um crime, a pergunta que é feita há centenas de anos é “quem se beneficiou”. A Coreia Popular, num momento em que a luta democrática e pela reunificação no sul tomava um alcance sem precedentes, e em que Pyongyang propunha drástica redução mútua das tropas e uma Conferência Norte-Sul, não tinha nada a ganhar com um atentado que serviria, ao contrário, para dividir a nação coreana e dar votos aos fantoches. Antes do atentado, era dificílima a situação da ditadura sul-coreana; depois dele, e da histeria que se seguiu, o detestado general Roh Tae Woo acabou eleito.

ANTONIO PIMENTA